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Criatividade está na idéia e não na execução

jun 15, 2005   //   por Serendipidade   //   Criatividade / Inovação  //  1 Comentário

Quando falamos de criatividade geralmente pensamos em propaganda, mas é verdade e evidente que existem outras aplicações. A propaganda está intimamente ligada com criatividade porque a sua mensagem é enviada a praticamente todos os tipos de mídia que dispomos na sociedade, e essas mensagens acabam por consequência atingindo a maior parte da população. Logicamente, o objetivo é seduzir o consumidor, fazer com que seja criado no seu íntimo uma vontade de possuir ou incorporar o objeto anunciado. Mas porque ainda assim a propaganda é assim tão fascinante?

(c) yotofoto.com

Quando éramos crianças, na pré-escola, tínhamos sempre uma caixa de lápis de cor por perto. Todo trabalho escolar se baseava em desenhos e na estimulação da capacidade criativa de cada um de nós. Depois vieram os anos com a vassoura da álgebra, gramática e demais matérias varrendo tudo e toda essa liberdade de pensamento que tínhamos.

A propaganda é uma disciplina que estimula os seus profissionais a se comportarem como crianças no sentido de que a liberdade de pensamento para fazer conexões e mapas mentais seja ilimitada. Sempre que existe uma quebra de comportamento padronizado, nós humanos tendemos a reagir com mais atenção a este fato. É da nossa índole criticar aquilo que está fora dos padrões vitais ou comerciais, mas quando alguém insere essa “boa nova” na nossa frente nos vemos pensando muitas vezes: Que inteligência, muito bem bolado!”. Quem nunca se deparou com um anúncio que quebra os padrões da sociedade e como conseqüência nos inspira alegria ou divertimento?

Essa quebra de rigor imposto pelas agências de propaganda é que nos aproximam da propaganda e criam o seu carisma… alí vemos espelhado a nossa necessidade de voar longe nos pensamentos, nos libertar das amarras da rotina.

Essa liberação acaba sendo muito fácil de traduzir em ação porque dentro da mídia podemos publicar quase tudo que temos em mente através de fotos e filmes e com a ajuda de um computador. Isso é o ponto forte da propaganda. Traduzir a idéia em uma ação, ou seja, em uma foto, página de revista ou filme é uma tarefa fácil dentro da indústria da propaganda. O problema é quando passamos essa necessidade de liberdade para o dia-a-dia de uma empresa ou das nossas vidas.

Em uma empresa, seja quando temos funcionários ou somos os funcionários, existem regras éticas e limitações impostas por hierarquias ou governo. Na nossa vida cotidiana, seguimos frenéticamente os passos do capitalismo e não temos tempo de refletir e encarar a vida de forma divertida e distraída.

A grande questão aqui é valorizar a criatividade, e, para despertá-la devemos criar um exercício mental de criatividade sempre que necessário. Fazer um repositório de idéias sem nos preocupar como faremos para executá-las, ou se elas são comercialmente viáveis. Isso é muito importante para que consigamos criar o maior número de conexões possíveis e conseguir combinar duas coisas diferentes na busca de uma solução criativa.

Um exemplo interessante: Vamos supor que você tenha que descer um bloco cilíndrico de concreto gigantesco por uma passagem cilíndrica estreita e longa. Um ponto a ser notado aqui é que um guindaste que suporte todo o peso do bloco é extremamente caro e esse bloco também é super sensível a pancadas. Qual seria a solução?

Ou ainda um outro problema: Na cidade de Santos, no litoral paulista, diversos prédios estão pendendo para o lado devido ao solo arenoso. O mesmo vale para a torre de pisa, que é um patrimônio e deve ser reerguida com cautela. O que fazer?

Uma solução criativa está em algo tão ambundante em nosso planeta que nem podemos acreditar: na água. A IDÉIA aqui é fazer a água congelar no espaço a ser ocupado, no congelamento a água se expande, deslocando o objeto a ser erguido (no caso dos edifícios). Ou congelamos a água e colocamos o objeto a ser baixado em cima do gelo, para que ele desça com o descongelamento (no caso do bloco cilíndrico de concreto).

Observamos que a IDÉIA é muito boa, porém como faremos para congelar a água naqueles espaços e como vamos encher com concreto o espaço aberto embaixo do edifício é outro problema que não depende da criatividade, mas sim de pesquisa e tecnologia. Essa é a EXECUÇÃO da idéia.

Por isso, quando queremos ser criativos devemos deixar as idéias fluirem continuamente, sem restrições. A análise da validade ou de como executaremos é um passo posterior e deve ser feito somente depois que já esgotamos as possibilidades criativas. Se o bloqueio vier logo em seguida da idéia, jamais poderemos fazer conexões com outras idéias e dificilmente teremos sucesso no estabelecimento de soluções criativas.

As 10 piores corporações de 2004

jun 13, 2005   //   por Serendipidade   //   Marketing / Negócios  //  Nenhum comentário

Em uma publicação anterior, eu fazia referência aos programas de Responsabilidade Social que as empresas faziam para ajudar a comunidade e ao mesmo tempo ganhar marketing sobre isso ou encobertar aspectos negativos.

Multinational Monitor (c) multinationalmonitor.org

A Multinational Monitor, uma ONG fundada pelo ativista Ralph Nader (que por sinal concorreu como candidato independente à presidência dos EUA em 2004), acompanha com atenção as práticas não éticas, contaminantes ou diretamente criminais das grandes multinacionais. Ela elabora um Top Ten anual das 10 piores empresas do ano. As empresas somam pontos por enganar a opinião pública, contaminar o meio ambiente, abusar dos trabalhadores ou desvalorizar a cultura.

Veja o ranking das 10 piores empresas de 2004 (ordem alfabética):

  • ABBOTT LABORATORIES – Fabricante de medicamentos
    Abuso nos preços de medicamentos
     
  • AIG – Corretora de seguros
    Aumento no número de processos judiciais adiados
     
  • COCA-COLA – Fábrica de Refrigerantes
    killercoke.org vs. cokekills.org
     
  • DOW CHEMICAL – Fabricante de Produtos Químicos
    Transgressões
     
  • GLAXOSMITHKLINE – Fabricante de Medicamentos
    Mortalmente depressivo
     
  • HARDEE’S – Restaurante Fast-Food
    Ataque cardiaco em uma só tacada
     
  • MERCK – Fabricante de medicamentos
    55.000 mortos
     
  • McWANE – Fabricante de tubulações hidráulicas
    Mortes no trabalho
     
  • RIGGS BANK – Banco
    A conexão Pinochet
     
  • WAL-MART – Rede Varejista
    Diminuição de headcount

Vai um cafezinho aí?

jun 13, 2005   //   por Serendipidade   //   Criatividade / Inovação  //  3 Comentários

Lâmpada (c) FreeFoto.com
Criatividade é sempre uma palavra muito mencionada no mundo corporativo, as empresas sempre buscam soltar as “asas da imaginação” na cabeça dos funcionários para aumentar a produtividade, trazer inovações e principalmente cunhar idéias que podem ajudar a empresa no mercado onde atua.

Antes de trabalhar externamente a capacidade criativa dos seus funcionários através de treinamentos, é preciso entender os conceitos biológicos e fisiológicos da criatividade e da inovação.

A maneira que o cérebro trabalha faz de você uma pessoa criativa e inovadora. Mas você pode trabalhar de maneiras diferentes e experimentar diferentes ondas cerebrais dependendo do que você está fazendo. Algumas ondas cerebrais liberam melhor a criatividade que outras ondas, portanto, entendendo o estágio atual do seu estado cerebral pode ser crucial quando você precisa ser mais criativo no trabalho.

Hans Berger, um psiquiatra austríaco, descobriu que existem 4 tipos de ondas cerebrais: alfa, beta, teta e delta. Algumas delas podem ajudar na criatividade, como a alfa e a teta. A onda de oscilamento mais rápida é a beta, e a mais lenta é a delta.

ALFA – as ondas alfa são as mais proximas da criatividade e imaginação. Elas aparecem quando você está desperto, mas relaxado. Você pode alcançar as ondas alfa relaxando, cochilando mas não dormindo profundamente, através de posturas e processos de pensamento.

BETA – essa onda é mais associada a estados de ansiedade, extrema concentração e quando estamos sob pressão e stress. é a que apresentamos no dia-a-dia, quando estamos acordados e concentrados. No estado Beta não se está relaxado. Sua criatividade e imaginação estão suprimidas.

TETA – as ondas teta são aquelas quando estamos mais relaxados ainda, aquelas que experimentamos logo antes de começar a dormir. No momento da inspiração podemos experimentar ondas teta. Aumenta a criatividade, reduz o stress e melhora o aprendizado e a intuição.

DELTA – são as ondas que ocorrem enquanto estamos dormindo, na fase de inconsciência. Por isso não tem relevância no processo criativo a não ser pelos sonhos, que na verdade são processos inconscientes de criatividade.

Não é a toa que as grandes inspirações, o “Eureca!” surgem nos momentos em que nos desligamos um pouco do trabalho concentrado. Estimular a criatividade tem haver com fazer uma pausa na concentração e ir tomar uma ar. Um ar, e não um café, porque é comprovado que a cafeína estimula a produção de ondas beta, que são aquelas que inibem a criatividade.

Chegar atrasado no serviço, ficar o dia inteiro concentrado, estar sob pressão com deadlines estreitos e tomar um cafezinho cem vezes por dia vão inibir a sua criatividade.

Pulseiras da moda ou da distância?

jun 12, 2005   //   por Serendipidade   //   Comportamento  //  3 Comentários

Um dia, há varios meses atrás eu vi um sujeito usando uma dessas pulseiras amarelas e confesso que fiquei curioso por saber do que se tratava esse ornamento uma vez que comecei a perceber a sua presença em vários braços a partir de então.

Se tratava da pulseira lançada pela fundação de um famoso ciclista para angariar fundos em prol das jovens vítimas do Câncer, que juntamente com uma grande companhia de equipamentos esportivos, através do seu website passou a vendê-las aos milhões.

Não que não seja uma ótima campanha, muito séria e comprometida com seus objetivos financeiros e “marketeiros” (falo disso mais tarde). O mundo precisa disso, a solidariedade das pessoas comprando essas pequenas lembranças. Uma ótima oportunidade para mover as pessoas a colocar dinheiro na solidariedade. Muitos de nós não fazemos nada para construir ou tentar ajudar um próximo necessitado, assim, essas pulseiras são um escambo muito justo, faz com que o indivíduo dôe seu dinheiro indiretamente, recebendo um “recibo” por isso. Recibo esse que poderá ser mostrado aos seus amigos na sociedade capitalista de hoje que ele é uma pessoa “engajada” com a ajuda e as boas ações. Quem sabe até propagar a boa ação pelos amigos e parentes próximos.

Feliz a idéia do nosso ciclista que fomentou diversas ações do gênero pelo mundo surgindo assim todo uma nova linhagem de “pulseiras solidárias”. Repito, não é que não seja uma boa idéia, é ótimo e tem trazido bons resultados, mas quero mostrar que precisamos ser sensatos ao comprar uma delas, e perceber que podemos fazer ainda mais pelo mundo do que simplesmente “andar na moda”. Além das pulseiras ainda existem outras maneiras de ajudar, não basta ajudar na “onda da moda”, tem que ajudar sempre. Em uma outra oportunidade, outro dia, gostaria de falar sobre essa “ajuda oportunista”.

Aqui no Brasil eu percebo que somos muito Humanos com “H” maiúsculo, fomos tomados subitamente pela febre das pulseiras, todo mundo, todo mundo ajudando… ajudando? Sim, ajudando… ajudando também nossos amigos falsificadores a ganhar mais dinheiro por causa de MODA, sim, Humanos gostam de ficar na moda, estar sempre da maneira que estão os demais da sua tribo, se parecer bem e no alto da hierarquia do bem estar que nós buscamos em nós mesmos: ser aceito pelos outros Humanos.
Infelizes são os falsificadores que para não passarem fome, seja aqui ou seja em outro país, são muitas vezes astutos e acompanham uma onda que pode trazer o seu ganha pão. E no final o que temos? Que a pulseira da solidariedade acaba servindo também para os “pobres” falsificadores! Bom? Mal? Veremos…

Faço uma pequena interrupção na linha de raciocínio porque queria ainda completar um outro aspecto. A fraternidade, amizade e solidariedade são coisas que estão na moda também. Hoje em dia as empresas estão cada vez mais investindo em programas de responsabilidade social. Através de voluntários do próprio corpo de funcionários, a empresa entra com o patrocínio ou eventos que promovem o crescimento da sociedade necessitada utilizando a sociedade mais abastada.

Assim, ao comprarmos a pulseira temos que botar a mão na cabeça e pensar: Estamos ajudando? Ou estamos tentando ficar longe da pobre realidade social ajudando remotamente, indiretamente, à distância? Temos medo?

Algema com pulseira

Aos que compram as falsificadas, não temos como saber de onde vem e se o falsificador é realmente pobre. Se ele utiliza mão de obra infantil ou promove o tráfico com o dinheiro.

Por outro lado, aos que compram as originais, lembrando do marketing que as empresas estão fazendo com a Responsabilidade Social, sabemos que o dinheiro provavelmente vai promover o bem. Porém não sabemos se a empresa também não usa mão de obra infantil ou conta com empresários corruptos que desviarão uma parte da grana. A Responsabilidade Social pode ser uma mascara ou um elixir que apaga a memória de todos nós, pobres consumidores capitalistas.

E os que compram pela moda? Nem precisamos nos preocupar, pois eles nem devem ter entendido tudo isso… pecam pela inocência.

Como diria Luciano Ligabue de um grupo de rock italiano em uma de suas canções: Baby, é um mundo super.

E assim surge o Polietileno…

jun 10, 2005   //   por Serendipidade   //   Serendipidade  //  1 Comentário

A descoberta do Polietileno é uma série de Serendipidades de alto risco. O primeiro caso conhecido é o do químico alemão Hans von Pechmann que criou uma substância branca e similar a uma cera ao realizar experimentos com o aquecimento do diazometano em 1898.

Filme de Polietileno

Logo após em 1933, Eric Fawcett e Reginald Gibson, químicos da ICI Química conseguiram (mais uma vez por acidente) encontrar um material branco parecido com cera através de um experimento de aplicação de alta pressão e temperatura sobre uma mistura de etileno e benzaldeído. Eles não conseguiram reproduzir o experimento porque nele havia entrado traços de oxigênio por contaminação.

Somente em 1935 outro químico da ICI, Michael Perrin, conseguiu (olha que coincidência: por acidente) reproduzir o experimento de seus outros dois colegas e encontrar o mesmo material branco graças a um vazamento que gerou a necessidade de se inserir mais etileno (contaminado com oxigênio). Só que desta vez conseguiram identificar que era necessário uma certa quantidade de oxigênio para se iniciar a polimerização.

A partir de 1939 se iniciou a produção industrial de Polietileno, que hoje em dia é usado para produzir peças plásticas, filmes plásticos, garrafas PET (Polietileno Tereftálico), tubulações e etc.

Atos Instintivos

jun 8, 2005   //   por Serendipidade   //   Comportamento  //  1 Comentário

Foto publicação do site oficial.Thoughtless Acts é um livro muito interessante que fala sobre atos humanos instintivos ou impensados. Compilado pela Janet Fulton Suri que integra o time de profissionais da IDEO, o livro consiste em um conjunto de fotografias que mostram como nós adaptamos, usamos, interagimos, sinalizamos e adequamos a nossa existência com o ambiente e os objetos que nos circundam.

Trecho da introdução:
“Algumas ações, como por exemplo segurar em algo para balançar, são universais e instintivas. Outras, como aquecer as mãos em uma caneca quente ou acariciar veludo, se baseiam em experiências tão incorporadas que se tornam quase inconscientes. Pendurar um paletó para reservar uma cadeira se tornou espontâneo através de hábitos e aprendizagem social. A observação de cada uma dessas interações cotidianas revela detalhes sutis sobre como nós relacionamos com o mundo natural e projetado. Esta é a informação e a inspiração chave para o design, e um ótimo ponto de partida para qualquer iniciativa criativa.”

O livro publicado pela Chronicle Books não tem versão brasileira mas pode ser encontrado nas grandes lojas on-line internacionais. O site oficial é uma oportunidade de conhecer melhor o livro e também possui uma seção dedicada a fotos enviadas por leitores com suas próprias observações.

Um ensaio no final do livro nos ensina a perceber melhor essas ações inconscientes gerando a oportunidade de enchermos os olhos com fascinação.

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