Mídias sociais para Recursos Humanos e Comunicação Interna
Ao longo das próximas duas semanas estarei palestrando em dois importantes congressos. As mídias sociais são o centro da discussão das minhas palestras e a idéia é descrever um pouco dos impactos que elas causam em cada um dos processos: Gestão de recursos humanos e Comunicação interna.
No 36o. Congresso de Recursos Humanos do Rio de Janeiro promovido pela ABRH-RJ vou abrir a frente de tecnologia para falar, no dia 10 de junho, das mudanças na tecnologia empregada para a gestão dos recursos humanos e explicar como as mídias sociais se tornarão uma importante força na mudança da estratégia, operações, tecnologia e cultura das empresas. Seguiremos então em 4 sessões de tecnologia separadas e por fim vou moderar o debate com os congressistas e panelistas.
O 14o. Congresso Anual de Comunicação Interna promovido pelo IBC Brasil ocorre logo na semana seguinte, e vou palestrar no dia 18 de junho em um debate aberto onde 3 empresas irão demonstar casos práticos de comunicação interna com mídias sociais que ocorreram em suas organizações. Divido o palco com André Fróes da Amadeus IT Group e Marco Barcellos da Cisco do Brasil.
Volto depois dos eventos para contar sobre o que aprendi por lá.
Investigação apreciativa
Uma das linhas conceituais para desenvolvimento (aqui me refiro especificamente de negócios) mais utilizadas por profissionais de consultoria é a investigação apreciativa. Na realidade, muitas vezes quando prestamos consultoria a uma empresa, nos pegamos absolvidos nos problemas e na distância que aquela organização se encontra das melhores práticas de mercado, é verdade, mas a investigação apreciativa é muito usada porque cria resultados interessantes e tem tudo haver com planejamento estratégico focado em uma visão futura.
O termo se forma na analogia de que quem é otimista acaba por se beneficiar mais da vida pois encara as coisas de maneira positiva. Transposto para negócios, se pode dizer que ficar somente pensando nos problemas não leva a lugar nenhum, enquanto que apreciar os bons destaques seja de pessoas ou processos e agir multiplicando esses destaques como agente de mudança cultural, move a empresa para frente, visionando o futuro.
Fica a dica.
The Next Web Conference – Dia #2
Dia movimentado. Muita polêmica, risadas e muitas frases de efeito durante sessões que falaram de Twitter, Twitter e… bom… Twitter também. E nem tinha essa palavra do cartão de Bullsh*t Bingo do evento. Cazzo!
Mas nem só de Twitter se falou, nos outros 5% do tempo diversas novas empresas deram o ar da graça com seus serviços criativos (quem sabe faço um post para falar das que mais gostei), e também tivemos espaço para palavras interessantes como o “Sharecropping” do Matt “WordPress” Mullenweg, que se traduz literalmente para “arrendatário” em português. Não vou me alongar muito sobre sua apresentação, mas entre muitas frases de outros autores/poetas/políticos, ele explicou que o tal do Sharecropping é exatamente o arrendamento praticado pelas redes sociais que cedem espaço para captar nossos dados em troca de nos conectar a amigos. Ele defendeu que “todas redes sociais precisam abrir os dados dos usuários para eles mesmos, assim poderemos fazer o que bem entendermos com a informação que é nossa e de mais ninguém”. Bem falado.
A propósito, a apresentaçao bacana que mencionei ontem é da Prezi, uma das finalistas do concurso de startups daqui da conferência. O Matt também usou essa plataforma. Minha próxima palestra certamente será com ela. Chique demais! Fica a dica.
O Ricardo Baeza-Yates, VP de research do Yahoo! disse que “as pessoas não querem buscar palavras na web, elas querem resolver seus problemas”. E essa é a filosofia por trás do que o Yahoo! está buscando em suas plataformas de busca com o uso da famosa sabedoria das multidões, já discutido aqui no blog.
Jeff Jarvis, o cheerleader da web 2.0, como foi chamado pelo Andrew Keen logo em seguida, promoveu descaradamente e com eficiência o seu novo livro – What Would Google Do? – sua apresentação (já disponível) falou de três coisas que considerei interessante: “O mercado de massa está morto – longa vida à massa dos nichos”, “Vamos ficar conectados às pessoas para sempre, isso vai ter um grande impacto na sociedade” e por fim o seu exercício de Googlelizar tudo, de restaurantes até automóveis (veja a apresentação a partir do slide 13).
Nosso querido anti-cristo, Andrew Keen, falou um pouco daquilo que vai figurar no seu novo livro. A nova era do individualismo. Com o fim da era industrial o produto, agora, somos nós, as pessoas. Mas, para tirar valor disso, precisamos de uma “reinvenção da sociedade” pois “toda mídia tradicional e atual está f*cked”, segundo suas próprias palavras. “Web 2.0 é uma economia inviável e o Twitter vai enterrar de vez essa brincadeira toda introduzindo a nova cultura do indivíduo como marca”. Ele fez tudo isso divagando sobre a bela pintura holandesa de Johannes Vermeer de uma senhorita vestindo azul imortalizada segurando, lendo e completamente imersa nos dizeres de uma carta (o que poderia ser um iPhone nos dias de hoje – segundo Andrew).
Por fim, Chris Sacca, que esteve acompanhando o evento pelo Twitter antes de pousar em Amsterdam pediu para ser entrevistado pelo próprio Andrew no seu momento. Conversa interessante. Uma das figuras chave da campanha online do Obama foi bem claro em uma das suas respostas: “o que diferencia o sucesso do fracasso são os usuários – são eles quem decidem onde colocam você”. Veja outras perguntas/respostas dessa interação.
Por fim, acho que amanhã não vou postar nada sobre o terceiro dia de conferência, estou saindo de férias e de partida para Espanha e Portugal por 15 dias. Quando voltar e se achar conveniente, vou falar um pouco das startups, mas você pode dar uma fuçada aqui.
Jogos blogosféricos – o umbigo pop
As pessoas e a sociedade desenvolvem a tecnologia para atender suas demandas. Ao mesmo tempo, a tecnologia, fruto do esforço do homem, molda a sociedade provocando novas atitudes, mudanças de comportamento e cultura. É a simbiose que constitui o nosso zeitgeist.
A introdução do post pode parecer séria, mas o conteúdo não é. O tema da vez é entretenimento. Mais especificamente jogos e passatempos baseados na blogosfera, uma modalidade de divertimento que é impulsionada pelos próprios blogueiros – principalmente entre os escolhidos para estrelar o seleto grupo de participantes. Um exercício pretencioso e saudável de navel-gazing que combina estrelato, reputação e polêmica.
Começo com alguns exemplos brasileiros. Em 2007, talvez estreando a modalidade no Brasil, o blog Treta divulgou suas cartas que constituíam parte do novíssimo SupeTrunfo Blogs de blogs brasileiros. Quase ao mesmo tempo o carioca Fabio Lopez lançava o War in Rio, parte de outra modalidade que chamaremos aqui de um ‘espelho da realidade‘, o choque da realidade com a sociedade nos moldes que apresentei logo no primeiro parágrafo, e que certamente foi referência para a criação do Blog War no início de 2008. Por último consegui encontrar referências a dois ou três diferentes tipos de Caça-Palavras da blogosfera como esse do blog Karynemlira.
Fora do Brasil temos exemplos na espanha representado pelo Juego de la Blogosfera de 2007, visivelmente baseado no “Quantas bandas você consegue encontrar?” divulgado pela Virgin Digital em 2005 e que virou febre gerando muitas outras versões criadas por outras marcas como M&M’s e Vodka Absolut. Uma variação do clássico “Onde está Wally?“, criado em 1987. Já o cosmopolita chinês littleoslo “plagiou” o Blogopoly, criado em 2004, ao criar o Blogpoly em 2005, o banco imobiliário dos blogs que explodiu quando foi linkado pelo BoingBoing ainda em 2005. Existe uma versão espanhola também.
Para completar a história, deixo o link para o mais recente e completo trabalho no universo do entretenimento blogosférico: o BlogStar Game. Mais um “banco imobiliário” dos blogs criado por dois italianos (via Catepol 3.0). O jogo é comercializado de verdade (acho que até a Hasbro descobrir) e pode ser obtido em PDF para impressão gratuitamente. Haja criatividade…
Um pequeno update: Você pode jogar Blogpoly online aqui.
O que a produtividade tem haver com o cafezinho?
Alguns meses antes de me mudar para a Holanda um gerente me disse que tinha lido em algum lugar que os Holandeses eram muito produtivos. Procurei na rede evidências dessa afirmação e, além de confirmar ser verdadeira (página 35 tem um gráfico onde a Holanda só perde para os Estados Unidos), acabei encontrando, em uma apresentação sobre Inovação Tecnológica na Indústria Brasileira a seguinte frase:
Em 2002, já eram necessários cerca de 4 brasileiros para produzir o mesmo que um norte-americano.
Um número intrigante.
Para aqueles que estão buscando evidências empíricas ou discussão séria na comparação Brasil e Holanda parem por aqui, pois minha observação ignora diferentes indústrias e ramos de atuação. Mais ainda, minha opinião ruma para o lado do cafezinho (que tanto desestimula a criatividade)…
- No Brasil temos a cultura do “vamos tomar um cafezinho”. A máquina de café é o ponto que mais recebe visitas durante o dia. Nas minhas andanças por diversas empresas noto que existem pessoas que, literalmente, ficam mais tempo no café que na baia. Nunca sozinhos.
- Na Holanda eles bebem mais café em quantidade (só que aguado), mas toda hora um membro da equipe levanta e pergunta a todos o que querem beber. A bandeja com furos para colocar os copos (foto) está presente em todos lugares. Niguém vai junto e fica de papo furado perto da máquina.
Eu não bebo café. Portanto às vezes eu ia à máquina para papear porque ir até ela é fazer um social.
Ir à máquina é networking.
Mas afeta a produtividade.
Para os bebedores de café é difícil ficar sem cafeína, entendo. Mas bater um papo furado é evitável. Se você não consegue evitar, tente outros approachs, como o do Get Things Done – foque seus esforços se livrando de trabalhos mentais.
Livro esgotado? Solução…
Algumas pessoas me escreveram dizendo que não estão encontrando o livro em determinadas livrarias. Admito ser verdade porque a primeira edição está praticamente esgotada.
Fazendo uma busca rápida pude constatar que ainda existem exemplares no Submarino, BestBooks, Martins Fontes Paulista e na Livraria Cultura.
Sobre a segunda edição – Eu já terminei a revisão de todos capítulos e estou concluindo já concluí o novo capítulo chamado: “Como vender o blog: Retorno sobre Investimento“. Vai valer a pena esperar.
O que você vê é o que você compra?
Quantas vezes você vê aquela foto maravilhosa de um sanduíche recheado com um hamburguer suculento, salada crocante de tão fresquinha e um pão redondinho e bem assadinho e quando vc recebe a bandeja vem aquele trambolho desmontando com molho espalhado pelas bordas?
No mundo dos produtos da pesquisa realizada pelo Pundo3000 essa verdade é uma constante.
Navegue pelo divertidíssimo o slideshow para verificar se o que você vê é o que realmente você compra no final. Eles fizeram um vídeo resumido também. Imperdível.
É uma vergonha você não acha? Sei que para o marketing de um produto ser perfeito vc deve ter uma foto bonita, ou uma ilustração convincente, mas quais são os limites entre a propaganda enganosa e essas ilustrações abaixo?
Faltam regras para punir ou vergonha na cara dos marketeiros de plantão? Talvez o problema seja ainda mais embaixo: se a sociedade não reage e esse tipo de divulgação de produto, e na verdade essa prática já está tão impregnada na nossa cultura que passa imperceptível, ou seja, nem nos importamos com o produto ilustrado porque já conhecemos as conseqüências, então o marketing tem mesmo que deixar a embalagem bonita e bem cuidada.
Se a embalagem é assim, bonitona, é porque é assim que se vende mais e mais. É assim que as empresas conseguem passar a sua mensagem para o consumidor. Podemos pensar nessas embalagens como maquiagem para tornar seu produto mais atraente. Afinal de contas fazemos o mesmo para sobreviver – carreiras, parceiros, círculo de amizades e assim vai.
Elite blogosférica segundo eu
O Fabio Seixas passou a bola para que eu indicasse os meus cinco representantes da elite blogosférica. Mais do que indicação, é uma chance de trazer a vcs alguns blogs nacionais interessantes que acompanho. Compartilhar fontes. Sendo assim:
Techboogie – O Gilberto é um coolhunter e transmite em seu blog a ligação entre cybercultura e negócios.
CeticismoAberto – Promoção do ceticismo contra a pseudo-ciência.
CarreiraSolo – O Mauro faz um trabalho que admiro: reúne infos, divulga vagas, ajuda muito a comunidade de profissionais da web.
Blog Tecnisa – Não só por ser um blog corporativo de referência, mas pelo aproveitamento de outras ferramentas web dentro da companhia como Google Earth, SecondLife, Chats, Podcasts e vídeos no YouTube. O time de e-business liderado pelo Romeo Busarello e composto pelo Denilson Novelli estão por dentro.
Fabio Seixas – O meu xará também compartilha grande parte dos meus interesses de leitura.
Razões para lançar um blog corporativo
O Sergio Monge me enviou um link para seu post sobre as razões para se lançar um blog corporativo. Não irei completar a lista porque achei ela super completa e recheada de informações preciosas. Felicito o Sergio pela quantidade de informação útil que ele gerou e catalogou em forma de lista.
Abaixo vou transcrever a lista com todos os links originais (não vai dar para traduzir, mas espanhol é praticamente nossa segunda língua):
- Porque estas 50 empresas no pueden estar equivocadas.
- Porque un blog mejorará el posicionamiento de tu web en los buscadores.
- Porque la voz de un blog es “humana”.
- Porque tu equipo blogger será la mejor fuente de inteligencia de marketing.
- Porque el blogging corporativo funciona.
- Porque un blog atrae tráfico a tu web.
- Porque un blog permite responder mejor a una crisis.
- Porque un blog es el mejor mecanismo de networking.
- Porque un blog te permite tomar parte en “la conversación”.
- Porque un blog puede sustituir la revista interna.
- Porque te permite prestar apoyo a partners y colaboradores.
- Porque es fácil.
- Porque un blog iniciará un proceso de mejora en tu empresa.
- Porque un blog es bueno a nivel interno.
- Porque un blog es bueno a nivel externo.
- Porque nos obliga a hacer las cosas bien.
- Porque hay pocas formas mejores de invertir tu presupuesto de marketing online.
- Porque un blog es más creible.
- Porque un blog permite llegar a audiencias que no están en otros medios.
- Porque un blog es la mejor manera de transmitir la cultura corporativa en la red.
- Porque es rápido.
- Porque un blog puede servirnos de almacén de información.
- Porque un blog puede utilizarse como herramienta de fidelización.
- Porque el blog es la herramienta por excelencia para promocionar una startup.
- Porque es una forma sencilla de obtener feedback de tus clientes.
- Porque un blog complementa otras acciones de comunicación.
- Porque un blog permite dar relevancia a hechos locales.
- Porque un blog te da credibilidad ante otros bloggers.
- Porque un blog nos acerca.
- Porque está claro que un blog es el siguiente paso.
As grandes inovações de todos os tempos
Larry Keeley da Doblin preparou uma lista das inovações que mais mudaram as vidas dos seres humanos. Tudo isso em termos de segurança, longevidade e padrões e qualidade de vida. A BusinessWeek publicou um slideshow sobre esta lista.
Cadê iPods, Googles e Blogs? Será que um dia ainda irão mudar a vida a ponto de significar mais do que a própria internet (item 13)?
1. Armas
2. Matemática e o número zero
3. Dinheiro
4. Impressão
5. Mercado livre e mercado de capitais
6. Agricultura e domesticação de animais
7. Posse de bens
8. Responsabilidade limitada
9. Democracia participatória
10. Cirurgia e anestésicos
11. Antibióticos e vacinas
12. Semicondutores
13. A Internet
14. Seqüenciamento genético
15. Contâineres