Era digital e serendipidade
Meu amigo Maurício me mandou o link para este artigo do The New York Times que diz que a vida digital matou a serendipidade que antes existia com a gente. Sobrecarga de informação e encontrar o que queremos nas ferramentas de busca está fazendo com que não encontremos algo de valor enquanto procurando um outra coisa qualquer.
Discordo.
O artigo comenta que algumas ferramentas ainda tentam buscar serendipidade com crowdsourcing, indicação baseada em preferências ou aleatórias, mas que estamos longe de estimular serendipidade apropriadamente.
Negócio é serendipidade está mais nos olhos de quem vê do que na boca de quem fala. Quando busco uma palavra qualquer no Google ainda recebemos como resultados páginas que podem nos levar facilmente a uma descoberta inesperada. Simples assim. Não precisamos de estímulo. Certo?
Internet é o melhor exemplo de serendipidade
Artigo do Ethevaldo Siqueira publicado no Estadão essa semana indicado a mim pelo @Busarello (obrigado).
[Vou pular a definição do termo – você pode ler aqui do lado direito do blog]
[…] Minha última experiência de serendipidade ocorreu há duas semanas na internet, quando lia meus e-mails. Ao abrir a newsletter diária do site Slashdot.org, me deparei com a notícia da descoberta de uma técnica ultrassofisticada que poderá, talvez, levar à construção de memórias milhões de vezes mais poderosas do que as atuais, capazes de armazenar numa pastilha de alguns milímetros quadrados todo o conteúdo dos 60 milhões de livros da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
A notícia dizia que pesquisadores da Universidade de Stanford, valendo-se de um modelo de holograma quântico, conseguiram armazenar as letras “S” e “U”, sob a forma de dados, codificados a uma taxa de 35 bits por elétron. Se confirmada cientificamente, essa conquista mudará radicalmente a ideia hoje corrente entre os cientistas de que a representação de dados atinge seu limite quando um átomo representa um bit.
Nesse ponto, o que me preocupava era saber o que é holograma quântico. Em minha garimpagem pela rede, logo me deparei com outra notícia de cientistas da Universidade de Maryland que conseguiram transferir informação de um átomo carregado eletricamente para outro, como numa mágica, sem cruzar o espaço de um metro que os separavam. Imagino, então, que um holograma quântico seja uma espécie de teletransporte de partículas menores do que o elétron.
Insatisfeito, prossegui na pesquisa sobre esse tipo de holografia na versão eletrônica da enciclopédia Britannica – que, aliás, nada registra sobre o assunto. Na Wikipedia (em inglês, francês e português) achei diversos artigos interessantes. Finalmente, fui ao Google e encontrei quase 6 mil referências sobre o tema. O melhor artigo que li sobre holograma quântico, no entanto, foi o do professor Renato Sabbatini, da Unicamp, no link.
Essa pesquisa sobre holograma quântico me levou ao site do astronauta norte-americano Edgar Mitchell, o sexto homem a pisar o solo lunar, que estuda o tema há mais de 30 anos. Quando retornava à Terra, Mitchell viu uma luz verde-azulada intensa que cortava o fundo negro do universo. “Aquela visão – conta o astronauta – teve o efeito de um raio que mudou minha cabeça e minha vida para sempre. Desde então, dedico todo o meu tempo e esforço a compreender a natureza metafísica do universo.” (http://www.edmitchellapollo14.com/naturearticle.htm)
O SHOW DA TERRA
O leitor deve conhecer o novo Google Earth, uma ferramenta de busca surpreendente da internet hoje. Associado ao Google Maps, ele faz uma coisa admirável: transforma a Terra em um espetáculo cotidiano. Nunca pensei que um dia pudesse esquadrinhar cada cidade do mundo, aglomerados urbanos, chagas de desmatamento nas maiores florestas, comprovar a poluição marinha, rever a pequena fazenda de café e a vila de Aparecida de Monte Alto, onde passei minha infância.
Com o Google Earth, visitei dezenas de locais interessantes e famosos deste mundo e aprendi nos últimos meses mais geografia do que em todos os cursos formais que já fiz. Mergulhei no fundo dos oceanos, sobrevoei a massa de arranha-céus de Manhattan; visitei a Praça Vermelha, em Moscou; a Étoile, em Paris; o mercado de peixe de Tsukiji, em Tóquio; e o Lago Baikal, na Sibéria.
Com o Google Latitude, disponho de coordenadas terrestres em todos os mapas, o que me permite localizar pessoas via telefone celular ou GPS. O que me assusta é pensar o que será de nossa privacidade?
ENCICLOPÉDIAS
Outra forma deliciosa de serendipidade é navegar em qualquer grande enciclopédia, como a Britannica, a Larousse, a Spasa Calpe e a Wikipedia. Tenho paixão por esses repositórios do conhecimento humano.
Li na semana passada a notícia da descoberta de um pequeno erro da Wikipedia, edição alemã, na biografia do novo ministro da Economia da Alemanha, Von und zu Guttenberg, descendente do famoso inventor da imprensa. Seu nome completo é: Karl Theodor Maria Nikolaus Johann Jacob Philipp Franz Joseph Sylvester Freiherr von und zu Guttenberg. Alguém, contudo, introduziu por brincadeira, depois de Philipp, mais um nome: Wilhelm. O ministro não teve dúvida: comunicou-se logo com os grandes jornais e sites de TV alemães que haviam consultado a Wikipedia e pediu que corrigissem seu nome. E pediu que o chamassem apenas de Karl-Theodor zu Guttenberg.
Sobrevivendo na era do conteúdo infinito
É uma inundação de informação na rede hoje em dia. Tem horas que olho para minha lista de feeds e imagino que não existe cérebro humano capaz de absorver tamanha quantidade de dados. É aterrador. Por muitas vezes é inevitável não se sentir medíocre, pequeno, ou pior, ignorante.
Existem 3 possíveis atitudes: ou afundamos, ou nadamos, ou construímos um barco.
- Afundando significa tentar absorver tudo ao mesmo tempo e não sair do buraco. Quando se está num buraco o fluxo de informação entra como uma cachoeira. Bloqueia a saída. Para evoluirmos precisamos transmitir mensagens também. Comece por ignorar parte do exagero, não vai te fazer falta e vai te dar fôlego para reagir.
- Nadar é algo que gosto de fazer. É navegar na imensidão da informação em busca de títulos interessantes ou mesmo abrir artigos sorteados para ver se o achado oferece um pouco de serendipidade. Não é legal se esticar muito nessa prática porque, apesar de divertida, oferece uma armadilha de viver perdido em sonhos. Na verdade, no sonho de que boas idéias virão sem esforço.
- Fazer um barco é a melhor opção mas é a mais complicada. Somente a combinação da estratégia correta e ferramentas especializadas podem ajudar nesse caso. Fazer um barco é o que as empresas da web estão tentando fazer hoje em dia para facilitar o trabalho de muitos nadadores e náufragos. Fazer um barco é o que enriqueceu muitos dos grandes nomes da internet hoje. Fazer um barco é a linha que separa aqueles que conseguem bons insights da rede daqueles que apenas a usam como entretenimento. Lembre-se: se você tem um barco você pode cobrar para transportar passageiros.
E então? Qual vai ser a sua escolha?
Carnaval Científico :: Serendipidade e Supercondutores
Descobertas científicas geralmente demandam tempo, dedicação, criatividade, conhecimento, dinheiro e muitos outros esforços, mas quero destacar que um dos grandes impulsionadores da ciência é a serendipidade. Aqui no blog já falei da descoberta do polietileno e da penicilina.
Acontece que no ramo dos supercondutores os dois andam muito mais próximos do que imaginamos. Talvez essa seja a ramificação da ciência que mais depende desse tipo de casualidade devido suas características curiosas e as constantes revisões de suas teorias.
Supercondutores são materiais que não oferecem nenhuma resistência ao fluxo de eletricidade. Esses materiais adquirem essa propriedade supercondutora em temperaturas extremamente baixas, por isso hoje em dia a batalha é para encontrar o material ou composto que se transforma em supercondutor na temperatura mais alta possível.
Tudo começou com um holandês – destaque para a coincidência serendipitosa da localidade com minha residência atual – que observou, em 1911, que o mercúrio se tornava um supercondutor quando resfriado na temperatura de 4 Kelvin (-269,15 °C). A curiosidade acabava de abrir novas portas para a ciência.
Nas décadas seguintes surgiram outros materiais que requeriam uma temperatura um pouco mais elevada, sendo que alguns deles surgiram pela mão ‘divina’ da serendipidade.
Esse é o caso dos cientistas Alexander Müller and Johannes Georg Bedborz. Em 1986 eles estavam buscando o melhor isolante elétrico e acabaram encontrando um composto cerâmico que se tornava um supercondutor na temperatura mais elevada até então, 30 Kelvin (-243,15 °C). A serendipidade rendeu um Prêmio Nobel e muitas outras descobertas de novos materiais em seguida.
Em 2001 a serendipidade aconteceu de novo com um grupo de cientistas japoneses. Eles descobriram, sem querer, que o diboreto de magnésio (MgB2) – um composto existente há tempos nas bancadas dos cientistas – também se transforma em supercondutor na temperatura de 39 Kelvin (-234,15 °C) em uma de suas experiências.
A temperatura recorde é 138 Kelvin (-135,15 °C), mas já existe um candidato para quebrar essa marca. Mais uma vez a serendipidade deu uma mãozinha para direcionar as pesquisas em busca dos 195 Kelvin (-78,15 °C).
Os supercondutores são usados em máquinas de ressonância magnética, aceleradores de partículas, circuitos digitais, filtros usados nas estações rádio base de redes móveis celulares e nos trens maglev – aqueles que levitam sobre os trilhos (quem lembra da capa da primeira edição da revista Superinteressante?).
Para finalizar, encontrei sem querer a Serendipity Electronics – a loja se declara a fonte número 1 para componentes eletrônicos difíceis de se encontrar. Quem sabe eles não vendem um supercondutor que funciona na temperatura ambiente?
Esse post aconteceu porque o Lablogatórios está promovendo hoje, dia 14 de outubro, o Carnaval Científico. A idéia é que todos participem postando algo sobre uma (ou mais) grande descoberta científica. Eu abraço a causa dessa blogagem coletiva porque sou um dos que acompanham os blogs que fazem parte desse interessante condomínio de informações interessantes.
Cisnes coloridos, sagacidade e ciência
O Rodolfo Araújo da Adrenax Capital me escreveu contando sobre seu interesse pela palavra que dá nome a este blog. Ele leu recentemente ‘The Black Swan‘ e desde então sua vida parece ter mudado. Não li esse livro ainda, mas sobre o tema é isso que eu penso a respeito do fator descoberta:
– nós crescemos e paramos de nos impressionar com as pequenas coisas da vida, então quando olhamos as coisas com uma certa dose de mente aberta podemos nos impressionar
– o mundo, apesar de pequeno na distância entre as pessoas, tem uma infinidade de temas e conhecimento que podem ser, quando revelados, um grande achado para os nossos valores e opiniões. Só que se você exagerar você pode ficar burro.
Ele escreveu muito bem a respeito de Serendipidade (enriqueci com links):
[…]
Diversas listas de descobertas acidentais freqüentemente incluem a anestesia, o celofane, dinamite, nylon (que por sinal são as iniciais das capitais da moda quando da sua descoberta: NY e Londres), PVC, vacina de sarampo, aço inoxidável, Teflon, raios-X, forno de microondas e outros. Mas como tantos acidentes assim acontecem dentro dos ambientes que deveriam primar pela organização, precisão e previsibilidade?
A verdade é que a lista é, provavelmente, muito maior do que os próprios cientistas querem que acreditemos. No provocante ensaio Accidental Innovation (Harvard Business School working paper 06-206, 2006), Austin, Devin e Sullivan argumentam que muitos pesquisadores preferem omitir o papel desempenhado pela sorte em seus trabalhos, temendo que isso possa diminuir ou desmerecer seus resultados.
Os autores foram mais além e pesquisam as histórias por trás das descobertas que levaram aos Prêmios Nobel de Medicina e Fisiologia, no período entre 1980 e 2005. Nada menos do que 13 em 27 (48%) incluem algum tipo de sorte em suas narrativas.
Mas se serendipity é algo assim tão bom – por contribuir para a inovação – por que temos a impressão que nossos assépticos laboratórios tentam negá-la, baní-la, em vez de fomentá-la? A primeira parte da pergunta foi mencionada uns parágrafos atrás, especulando em torno do receio de que o público leigo atribua o trabalho de uma vida à mera sorte. O Dr. Stoskopf responde com outra pergunta: “Será que o peso cada vez maior dos controles externos na experimentação e exploração científicas não diminuem o benefício potencial da ciência, ao limitar as oportunidades para as descobertas ao acaso?” (Observation and Cogitation: How serendipity provides the building blocks of scientific discovery – ILAR Journal, Vol 46, Núm 4, 2005).
Mas a segunda parte… bem, como se precipita a sorte? De que forma se alimenta o acaso? É possível favorecer um acidente? Como se subverte tão descaradamente o método científico? Como os três príncipes testariam a hipótese de que a mula era manca?
A pasteurização do raciocínio – não só no ambiente científico, mas também no acadêmico e empresarial – pode limitar nossas chances de criar coisas realmente novas. Indução e dedução contribuem para expandir o conhecimento existente, mas não constroem conceitos verdadeiramente inéditos. Novas idéias precisam de um quê de irracionalidade, acaso, criatividade e – especialmente – uma apuradíssima capacidade de observação. Envolve, freqüentemente, ver o que todos vêem, mas pensar o que ninguém pensa.
Estimula-se serendipity, pois, quando se desprende a mente do pesquisador – ou do administrador, empreendedor – das convenções, das regras e das idéias pré-estabelecidas. Para criar e inovar é preciso um observador neutro, treinado para apreciar eventos inéditos sem viéses pré-concebidos sobre o que deveria acontecer. É preciso ver as coisas com a mesma curiosidade como se fosse a primeira vez.
Todos conhecemos a sensação de déjà vu, um forte sentimento de que já experimentamos algo anteriormente, mesmo que isso não tenha acontecido. Vuja de é exatamente o oposto: a sensação de ver algo pela primeira vez, mesmo que já tenhamos visto inúmeras vezes. E com esses novos olhos devemos buscar o que não se encaixa ou o que se encaixa bem demais, o que se parece com outras coisas ou o que não se parece com nada.
Desse olhar descompromissado, dessa curiosidade aleatória, da capacidade de unir o que parece incompatível e da criatividade incomum surgem os avanços mais surpreendentes, as inovações mais improváveis. Desses hábitos, mais eficazes que os outros sete – ou oito – constrói-se serendipity, a sagacidade acidental.
Está prestando atenção?
Já pensou descobrir que sua mulher é homem na lua-de-mel?
Existem serendipidades que agradam e serendipidades que não agradam.
Mas o mundo anda tão cheio de situações improváveis que quase chegamos a acreditar que tudo é possível nessa vida. De vez em quando dou destaque para algumas dessas “notícias populares” para mostrar que a serendipidade está sempre presente temperando nossa estadia nesse mundo. Para ver mais situações inesperadas navegue pela categoria “Serendipidade”.
E foi assim que ocorreu com o nosso amigo na história a seguir:
O fazendeiro alemão Wolfgang Zober, 55 anos, de Naumburg, descobriu que sua mulher era um homem durante a lua-de-mel do casal. Ele agora tenta a anulação da união. […]
Mudanças
Todo mundo chega numa fase da vida onde o fator mudança está presente e é mais enfático. Isso pode se dar em muitos aspectos, sejam eles afetivos, de ambiente, carreira, dinheiro, e assim por diante. O ideal é que eles venham separados.
Assim sendo, anuncio que duas dessas grandes mudanças invadem minha vida a partir do próximo sábado: Casamento e mudança de país.
Me caso com a mulher mais doce que possa existir e mais companheira que qualquer outra pessoa que possa ter cruzado minha vida nesses 30 anos de vida.
Em seguida, logo no início de dezembro, estou rumando para Amsterdam – Holanda por quase 2 anos, expatriado pela minha firma.
Serão grandes experiências que, combinadas, formam o mais novo tipo de ansiedade que atinge minha vida, porém com uma imensa sensação de felicidade.
Serendipidade estranha, gente esquisita
Num belo dia de verão um americano pacato comprou uma churrasqueira de quintal em um leilão de objetos abandonado. Ele deveria ter aberto a churrasqueira antes de comprar.
Já em casa ele foi olhar o interior da churrasqueira e “serendipitosamente” encontrou uma perna amputada logo abaixo do joelho embrulhada em jornais. Com direito a pé e tudo.
O dono da perna teve ela amputada depois de um acidente de avião e pediu para mantê-la em seu poder por motivos religiosos.
O pior não é isso.
John Wood foi atrás da perna perdida e Shannon Whisnant não quer devolver. E agora ele e o novo dono da perna travam uma batalha que envolve fama, entrevistas na TV e ingressos de 3 dólares para ver a perna dentro da churrasqueira.
Veja o vídeo do caçador de tesouros antes da fama… …e veja como ele ficou mais style depois da fama…
Até comprou um óculos escuro com a grana dos ingressos…
O mundo é um circo cheio de palhaços e serendipidades.
Submarino afogado
Eu participo do Programa de Afiliados da loja on-line Submarino. Além de ser um programa que me traz alguns troquinhos no final do mês, é também um programa que apóio por gostar da loja (apesar que após da B2W a coisa está piorando – como toda empresa que passa por um pós-M&A nem sempre adequado).
Só contei isso porque hoje, desde não sei que hora, mas posso afirmar que já há mais de 4 horas, o site está completamente fora do ar (ver figura abaixo).
No mercado chamamos isso de VENDA PERDIDA! O consumidor chega na porta da sua loja para comprar algo e ela está fechada em horário comercial. Ou simplesmente você não possui o produto que seu cliente está procurando. Ele vira de costas e vai embora (provavelmente comprando no concorrente).
Mais do que possuir site de contingência para situações emergenciais e mesmo segurança bem estruturada e preparada, os sites de venda on-line que faturam alto (como é o caso do Submarino) não podiam ficar tanto tempo “zumbeta” na rede.
P.S. UPDATE – Acaba de passar da meia-noite e o site voltou
Trazendo o "eu" pra dentro de si mesmo
Em tempos que dizer que ser blogueiro é ter um egão (grande ego), e que afirmações milenares de um post perdido no tempo demostra a atemporalidade do conceito, venho transcrever a definição de EGOÍSTA segundo o Dicionário do Diabo (de Ambrose Bierce):
EGOÍSTA:
– (1), s. Pessoa de mau gosto, mais interessada em si própria do que em mim.
– (2), adj. Pessoa sem consideração pelo egoísmo dos outros.