Leituras que valem a pena #28
The way the brain buys | The Economist
Artigo de ciência do consumo na The Economist. Muito em torno do uso de scans de ressonância magnética para entender o comportamento dos consumidores
The Store of YOU | US News
Para que comprar das plateleiras se você pode personalizar? Consumidores projetam roupas, doces e até cartões de crédito
“I read Playboy for the articles”: Justifying and rationalizing questionable preferences | Harvard Business School Working Paper
Os conceitos de comportamento aplicados e as conclusões desse estudo são bastante interessantes, ainda quando o título do artigo é bastante “marqueteiro”
Leia as outras recomendações de leitura clicando aqui.
The Next Web Conference – Dia #2
Dia movimentado. Muita polêmica, risadas e muitas frases de efeito durante sessões que falaram de Twitter, Twitter e… bom… Twitter também. E nem tinha essa palavra do cartão de Bullsh*t Bingo do evento. Cazzo!
Mas nem só de Twitter se falou, nos outros 5% do tempo diversas novas empresas deram o ar da graça com seus serviços criativos (quem sabe faço um post para falar das que mais gostei), e também tivemos espaço para palavras interessantes como o “Sharecropping” do Matt “WordPress” Mullenweg, que se traduz literalmente para “arrendatário” em português. Não vou me alongar muito sobre sua apresentação, mas entre muitas frases de outros autores/poetas/políticos, ele explicou que o tal do Sharecropping é exatamente o arrendamento praticado pelas redes sociais que cedem espaço para captar nossos dados em troca de nos conectar a amigos. Ele defendeu que “todas redes sociais precisam abrir os dados dos usuários para eles mesmos, assim poderemos fazer o que bem entendermos com a informação que é nossa e de mais ninguém”. Bem falado.
A propósito, a apresentaçao bacana que mencionei ontem é da Prezi, uma das finalistas do concurso de startups daqui da conferência. O Matt também usou essa plataforma. Minha próxima palestra certamente será com ela. Chique demais! Fica a dica.
O Ricardo Baeza-Yates, VP de research do Yahoo! disse que “as pessoas não querem buscar palavras na web, elas querem resolver seus problemas”. E essa é a filosofia por trás do que o Yahoo! está buscando em suas plataformas de busca com o uso da famosa sabedoria das multidões, já discutido aqui no blog.
Jeff Jarvis, o cheerleader da web 2.0, como foi chamado pelo Andrew Keen logo em seguida, promoveu descaradamente e com eficiência o seu novo livro – What Would Google Do? – sua apresentação (já disponível) falou de três coisas que considerei interessante: “O mercado de massa está morto – longa vida à massa dos nichos”, “Vamos ficar conectados às pessoas para sempre, isso vai ter um grande impacto na sociedade” e por fim o seu exercício de Googlelizar tudo, de restaurantes até automóveis (veja a apresentação a partir do slide 13).
Nosso querido anti-cristo, Andrew Keen, falou um pouco daquilo que vai figurar no seu novo livro. A nova era do individualismo. Com o fim da era industrial o produto, agora, somos nós, as pessoas. Mas, para tirar valor disso, precisamos de uma “reinvenção da sociedade” pois “toda mídia tradicional e atual está f*cked”, segundo suas próprias palavras. “Web 2.0 é uma economia inviável e o Twitter vai enterrar de vez essa brincadeira toda introduzindo a nova cultura do indivíduo como marca”. Ele fez tudo isso divagando sobre a bela pintura holandesa de Johannes Vermeer de uma senhorita vestindo azul imortalizada segurando, lendo e completamente imersa nos dizeres de uma carta (o que poderia ser um iPhone nos dias de hoje – segundo Andrew).
Por fim, Chris Sacca, que esteve acompanhando o evento pelo Twitter antes de pousar em Amsterdam pediu para ser entrevistado pelo próprio Andrew no seu momento. Conversa interessante. Uma das figuras chave da campanha online do Obama foi bem claro em uma das suas respostas: “o que diferencia o sucesso do fracasso são os usuários – são eles quem decidem onde colocam você”. Veja outras perguntas/respostas dessa interação.
Por fim, acho que amanhã não vou postar nada sobre o terceiro dia de conferência, estou saindo de férias e de partida para Espanha e Portugal por 15 dias. Quando voltar e se achar conveniente, vou falar um pouco das startups, mas você pode dar uma fuçada aqui.
Diálogo e a Economia de Rede
A Internet hoje possui inúmeros termos que ajudam explicar nada mais nada menos que a Economia de Rede.
Economia de Rede é a criação de valor por redes sociais em escala global que conectam empresas, governos e principalmente as pessoas que movimentam os mesmos. O combustível que movimenta uma economia de rede são as conversações entre as pessoas, o diálogo. Esse tipo de economia acontece não só na Internet, mas também fora dela no mundo físico.
A figura ao lado demonstra o ambiente que temos hoje traduzido para o contexto da Internet. Entre a economia de rede e o diálogo temos alguns elementos importantes.
Economia da Internet é a economia de rede localizada na rede mundial de computadores.
Mídias Sociais são ferramentas que permitem a formação de discussões entre as pessoas e empresas conectadas na rede. Web 2.0 é a plataforma que sustenta as mídias sociais por meio de blogs, wikis, redes sociais, entre outras aplicações.
Redes Sociais são um dos tipos de ferramentas oferecidas pela plataforma web 2.0 e constitui um dos melhores exemplos de mídia social. Facebook, Orkut e MySpace são os exemplos mais populares de redes sociais.
Comunidades Virtuais são as pequenas tribos formadas dentro de uma rede social, onde pessoas se conectam para conversar sobre os assuntos de seu interesse e descobrir que no final das contas todos temos várias características em comum quando temos objetivos parecidos.
Diálogo é o que permitiu que nós seres humanos formássemos o mundo como ele é hoje, a sua sociedade, economia e essa complexa bola desenhada logo acima.
Faz sentido?
Teorema da economia viral
Esse é o teorema de retalhos dos livros abaixo.
Quando lidos individualmente, estes livros trazem muitas idéias que provocam o leitor, faz com que nossa cabeça pense e raciocine sobre o ambiente que nos cerca. Mas quando lemos e refletimos sobre o grupo, temos a impressão que o círculo se fecha. Existem sobreposições e variações dos mesmos (parecidos ou relacionados) temas. Um livro puxa outro.
As conexões são as seguintes:
1 – O Gene Egoísta (1976) – Dawkins criou o conceito de meme. Unidades ou fragmentos de idéias e pensamentos que habitam nosso cérebro e que tem a capacidade de se autopropagar.
2 – The Tipping Point (2000) – Pegou um nome e conceito criado por Morton Grodzins nos anos 60 e elaborou um ótimo livro em torno dele. Ali foi definido que quem espalha o vírus das idéias são os conectores, especialistas e os vendedores. Ah, o livro também fala sobre o fator “stickiness” (pegajosidade) das idéias que espalham.
3 – Made to Stick (2007) – Pelo nome do livro dá até para imaginar que o texto faz referência ao The Tipping Point. Sim, o livro é, de certa forma, dedicado a ele. Os autores desenrolaram uma regra chamada “SUCCES” (Simples, Inesperada, Concreta, Crível, Emocionante e Histórica) para criar idéias e trouxeram o conceito da “maldição do conhecimento” – que a grosso modo diz que quando sabemos algo é difícil explicarmos. Aqui o SUCCES é a máquina processadora de memes e criadora de idéias.
4 – The Social Atom (2007) – Descreveu as pessoas como átomos os quais seguem padrões. Somos adaptadores, imitadores e cooperadores. A idéia de um tipping point é descrito na forma em que imitamos os outros e causamos uma avalanche de mudanças.
5 – Predictably Irrational (2008) – Um dos últimos que li e que fecha o cerco. Migrando para a área de economia baseada no comportamento humano, o livro nos traz vários exemplos que abordam diversos temas dentro do assunto. Aversão à perda (evitar riscos), endowment effect (o que possuo é mais valioso), enquadramento (dependendo da forma que contamos uma idéia ela será adotada), são alguns exemplos da economia comportamental.
Perceba como os conectores, especialistas e vendedores (grupo 1) se relacionam com os adaptadores, imitadores e cooperadores (grupo 2) e como o fator pegajosidade (informação) consiste em memes ordenados trocados entre essas partes. O fator irracional provoca a reação desejada.
Como no caso do ovo e da galinha, não sabemos ao certo se o grupo 1 veio antes do 2 ou vice versa. Além disso, o grupo 1 pode ter qualidades do grupo 2 e vice versa também. Mas deixamos separados para fazer a teoria funcionar.
Observe que coloquei o meu livro na transmissão da idéia, mas aqui vale qualquer veículo.
Curiosamente a ordem cronológica de publicação dos livros segue a ordem do ciclo implícito no teorema:
Criar – Transmitir – Receber – Reagir – Criar …
Tem material o bastante aqui para gerar um outro livro 😉
Memes que suportam a economia
Quando falamos de meme aqui no blog no ano passado, não imaginava a quantidade de memes que a revista americana Wired já criou e o quanto esses memes significam para a economia atual dependendo do contexto. Isso é o que eu chamo de capacidade de identificar tendências (o que já é grande coisa) e nomeá-las de forma criativa (o que pode ser ainda mais difícil).
A tabela abaixo foi extraída do website da revista e estava na forma de um teste de conhecimento devido as comemorações do seu 15o aniversário. Eu já relacionei cada meme com a sua definição correta mas foi mal aí, não vou traduzir nada dessa vez.
Meme | Definição |
---|---|
1 Technolust (1993) | A near-obsessive fascination with the newest digital gadgetry |
2 Netizen (1996) | A person who engages in online communities to further discussion and add to collective knowledge |
3 The Long Boom (1997) | An extended period of intense economic expansion propelled by the forces of free markets, unprecedented globalization, and advancing technologies |
4 The New Economy (1997) | A system in which wealth is driven by information and technological infrastructure |
5 Geek Syndrome (2001) | A mild form of autism that afflicts a disproportionate number of techies; better known as Asperger’s syndrome |
6 The Long Tail (2004) | The niche-based culture catching up to the hit-driven economy |
7 Crowdsourcing (2006) | Tapping the ingenuity of the networked masses |
8 Radical Transparency (2007) | The exposure of a company’s inner machinations in order to improve customer relations and amp up profits |
Leituras que valem a pena #24
The Ten (and a half) Commandments of Visual Thinking: The Lost Chapter from The Back of the Napkin | Dan Roam
O autor explora o pensamento visual e prevê: Visual Thinking é o futuro no que tange solução de problemas nos negócios.
Free! Why $0.00 Is the Future of Business | Chris Anderson
Quando o pai do “Longa Tail” ou “Cauda longa” fala, o mercado é todo ouvido. Veja o tema do seu novo livro e entenda porque a economia da internet tende a zero na precificação de produtos e serviços.
Placebos, Price, and Marketing | Roger Dooley
Roger está dando continuidade a uma série de posts que exploram como o preço dos produtos influenciam diretamente na satisfação dos consumidores. Com uma explicação empírica e tudo.
Se vc gostou, leia as outras recomendações de leitura clicando aqui.
Feliz Natal em outubro
O comércio parece estar sofrendo alguma sensação de necessidade misto com ansiedade.
Será que a velocidade da internet afeta o mundo físico também? Ou seria apenas uma pressão dos fabricantes que devem ter produzido uma safra recorde e pressionam os retailers? Sintomas de aquecimento da economia? Sintoma pós-dia-das-crianças pois não há mais data de comércio até o natal?
Expliquem: Por que raios o Carrefour já está vendendo PANETONES???
A bolha da web 2.0
Não estou falando de economia, mergers & acquisitions, investimentos e IPOs. Mas sim da bolha literal que traduz o diálogo e a interação da web 2.0 – o balão.
Trevor Elliott preparou para o seu blog uma pequena amostragem disso e escreveu:
“Como um símbolo multiuso, o balão de diálogo é irresistível. Ele contém o que todo mundo quer dizer sobre a “nova” web: Criada pelo usuário, comunicação, colaboração, comentários, mídia social, auto-publicável, minha voz, nossa voz, audiência, ranking, compartilhamento e o resto. Acima de tudo, é simples, acessível e divertido, e sempre conquista as pessoas. O que mais um futuro comunicador podia querer?
Vale lembrar que no Brasil a adoção total do balão também se aplica.
E aí está a foto dos logos:

O átomo social
Acabei de comprar o “The Social Atom” pela Amazon. Eu acho que o livro promete. Foi lançado a menos de 1 mês.
O pessoal que avaliou o livro anda comparando o livro da seguinte forma: O “The Social Atom” faz para a física o que o “Freakonomics” fez para a economia. Sob o mote de “Física social”, o livro busca encontrar os padrões que emergem da interação de grandes grupos de pessoas.
O livro é também comparado a obras como “The Tipping Point” e “Smart Mobs” com um quê a mais em física. Taí a dica.
Voltando ao ROI do Blog
Comentei há 2 semanas sobre o paper da Forrester sobre o retorno do investimento de um blog. Conforme prometi, vou dar uma figura geral da idéia do artigo.
Eu já havia comentado o assunto em alguns posts e também na entrevista que concedi à revista Webdesign. O conceito da Forrester não fugiu muito da idéia central de medir os benefícios versus riscos.
Levantar o valor gerado pelo blog, ou seja, economias em propaganda, agências, marketing com base no número de visitas e calcular a porcentagem descontando o custo do blog mais possíveis riscos. Junte tudo isso e especule cenários prováveis.
Não deu pra imaginar como fazer? Então tente o vídeo deste sujeito, o dono de uma empresa de métricas em blogs. O vídeo tem uns 20 minutos e possui conceitos semelhantes a este acima e um pouco mais.