Nosso querido "Anticristo"
Eu já havia lido a respeito de Andrew Keen e seu livro: “The Cult of the Amateur: How Today’s Internet Is Killing Our Culture“. O cara basicamente “amaldiçoa” os blogueiros e a web 2.0 porque nós, usuários finais, podemos estar sendo iludidos por um jornalismo sem credibilidade e excesso de informação inútil.É que hoje saiu uma pequena entrevista com ele na Folha de S.Paulo (necessário ser assinante para ler).
Até certo ponto acredito que a visão de Keen está correta, porque tem muita gente entrando na onda dos blogs para poluir o universo informativo da internet visando outros ganhos.
“Não vejo como a web 2.0 está democratizando a mídia, acho que acontece o oposto: a mídia tradicional fornece informação de qualidade acessível às massas e não acho que a segunda geração da web esteja reproduzindo isso.”
Certamente é muito, mas muito difícil ler um blog que forneça informação de qualidade, mas eles existem. Ele peca por generalizar demais.
“Meu livro não defende que as pessoas não tenham blogs, apenas que não finjam que são substitutos da mídia tradicional ou representantes de fontes de informação confiáveis sobre o mundo. Como as pessoas saberiam da crise aérea brasileira, por exemplo, sem jornalistas profissionais? Iam ter de se basear em blogueiros, que podem ser representantes das companhias aéreas ou do governo?”
Aí ele falou uma coisa séria. Blogs verdadeiros vs. blogs falsos. A comunidade deve sempre buscar desmascarar tentativas artificiais de manipulação ou de autopromoção. Se não existisse o conceito web 2.0 ou mesmo o conceito blog, acho que seria inevitável dizer que ainda assim as pessoas encontrariam meios de se expressar na rede.
Como em toda evolução tecnológica – Schumpeter tem haver com isso – a sustentação só ocorre com a educação. Ou seja, a civilização deve evoluir, se educar para adaptar. Devemos estar sim mais preparados para filtrar melhor o ruído, e não censurar o movimento inovador que estamos vivendo na comunicação.
Valeu Pedro pelo link da Folha.
Outro dia li uma informação do e-bit q em 2011 cerca de 80% dos internautas estarão no Second Life.
Semana passada saiu na internet q as pessoas estão abandonando o SL.
Acho q sempre haverá opiniões diversas pra todos os assuntos, principalmente em se tratando de internet.
Mas o autor queria q o mundo ficasse parado no tempo da máquina de escrever?
Não é interessante todos poderem se expressar? Esse é o lado maravilhoso da globalização e da internet. A palavra é “ter acesso”. E isso não podemos negar a ninguém.
Há sim excesso de informação, mas o q difere quem é realmente inteligente da maioria de curiosos é ter dicernimento em ir atrás de uma fonte oficial.
A cultura não está morrendo, ela está se transformando.
Temos q nos adaptar.
Foi assim em todas as fases pelas quais a humanidade passou. E sempre tem os reacionários que ficam chocados.
Com certeza Simone. Pesquisas devem sempre serem vistas com critério e bons filtros. Como vc mesma colocou, o “ter acesso” acaba significando “ter critério para aceitar ou não o que está sendo lido”.
O excesso de informação é confuso e as próprias pesquisas constituem esse ambiente.
Eu li sobre este livro no jornal O Globo e pensei parecido com você. O problema que até para diferenciar se um blog é verdadeiro (branco) ou falso (preto) não é tão simples. Existe toda uma tonalidade de cores. Não acho que o blog substitui a mídia tradicional, mas eles se complementam.
Grande abraço
Da mesma forma que ele citou o blogging defendendo o interesse privado, hoje, isso ocorre da mesma maneira com a mídia, onde muitas vezes fica clara a defesa de interesses de empresas em vez do compromisso com a informação.
Todo esse alarde faz parte de um movimento que social que a mídia não consegue barrar e como o qual certamente (mesmo que contra seu gosto) terá que aprender a dividir espaço.
Na minha opinão, a chave econtra-se em definir níveis de confiabilidade das informações…
talvez uma resposta plausível para tal classificação seja a chave para a web semântica:
http://www.pvision.com.br/blog/2007/07/27/web-30-chegou-a-hora-da-semantica/
Abraços,
Rodrigo.
Apenas um último comentário (prometo)
Os comentários não deveriam passar por moderação prévia, visto que este é um dos princípios mais críticos do Blogging Corporativo.
A moderação prévia fere a ética do relacionamento com o usuário que está disposto a interagir de forma construtiva com o Blog.
Claro que aqueles que não conseguem diferenciar um espaço democrático de um ambiente anárquico estarão sujeitos à intervenção devido à sua conduta inadequada.
Enfim, apenas um toque para melhor ainda mais 🙂
Liberação de comentários não acho que seja o caminho para a tal ética que vc menciona. A moderação se justifica por dois motivos: Spam e Comentários desnecessários.
Se o objetivo é o relacionamento transparente e construtiva, o desligamento de comentários do tipo:
“Ei, empresa, vai tomá ….”
Faz parte integrante dos esforços por manter o nível.
No caso “manter o nível” é um direito no que se refere ao momento no qual um comentário é desrespeitoso. Concordo…
Em relação ao spam, existem excelentes ferramentas e extensões que dão conta disso com o pé nas costas.
Agora simplesmente moderar previamente os comentários leva o consumidor a recorrer no pensamento: “Do que eles têm medo?”. Ou seja, a dualidade do canal de comunicação e relacionamento é comprometida a partir do momento em que uma das partes perde a possibilidade de se posicionar sem intermediação prévia da outra.
No fundo essa discussão me incentivou a escrever um artigo sobre isso 😉
Caso concorde, podemos discutir idéias ou até mesmo escrevê-lo juntos.
Abraços,
Rodrigo.
Antes do consumidor pensar, logo antes do formulário de comentários, uma simples caixinha explicando porque os comentários são moderados deve servir.
Se o consumidor é inteligente (como toda a mídia e escritores vêm dizendo – com toda essa onda de “Oh, os consumidores agora buscam na internet informações sobre produtos…”) certamente entenderá.
Se o blog da empresa for transparente, não existirá dúvidas na cabeça dos clientes. Ainda assim sou inteiramente a favor da moderação.
Se quiser escrever algo, vambora.
Abraço